Ando pensando na morte.
A única certeza. E, paradoxalmente, a maior incerteza.
O que é? Para onde? Quando? Como?
Difícil responder.
Se penso muito, fico triste. Angústia toma conta, coração acelera, desespero sobe à garganta. Difícil de respirar. Dor ao sentir a dor que ainda não chegou.
Chegou pela primeira vez, de maneira forte, em 2012. Difícil. Lembro-me que mais ou menos uma semana antes da partida dela, eu rezei para Deus me dar forças. Para saber como agir. Para não desmoronar. Deu certo. No dia do tchau, eu estava lá, segurando sua mão e entendendo. Não somos apenas um corpo. Temos uma alma. O corpo? Um pedaço de carne, alguns quilos de carne de segunda. Já a alma é uma borboleta. Azul, no caso dela.
Mas, penso na morte da minha mãe. O medo toma conta.
Penso na morte dele. O medo toma conta.
Como viver depois dessas perdas?
Claro, posso partir antes. Egoísmo meu pensar apenas na minha dor, eu sei.
Mas como recuperar um coração dilacerado? Ainda mais o meu, tão frágil, estranho, complicado?
Valter Hugo Mãe, sábio, disse: "com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir."
Sábio, mas injusto.
Por que apagar o momento que olhamos pela primeira vez para a nossa mãe? Que beijamos seu seio, a procura de alimento? Memórias que não são lembradas, mas estão ali, dentro do nosso ser. Como esquecer o colo, a comida boa, a ajuda, a briga? O cheiro? O cheiro, meu Deus. O que há melhor que um cheiro, que não é apenas um cheiro, mas é um lar?
Por que apagar o momento que olhamos pela primeira vez para ele? Que ele sorri para a gente e pega a nossa mão com timidez? O cheiro, meu Deus, o cheiro. O hálito da manhã saindo pela boca entreaberta minutos antes de acordar? Aquele momento infinito que acordamos antes e ficamos a observar aquele ser do nosso lado, tão amado, e questionamo-nos como paramos ali. Quais foram os erros e acertos que nos levaram até aquele momento que gostaríamos que fosse eterno?
O medo da morte.
O medo de perder o colo, o hálito, o lar.
Como sobreviver sem ar?
Como caminhar sem chão?
A única certeza. E, paradoxalmente, a maior incerteza.
O que é? Para onde? Quando? Como?
Difícil responder.
Se penso muito, fico triste. Angústia toma conta, coração acelera, desespero sobe à garganta. Difícil de respirar. Dor ao sentir a dor que ainda não chegou.
Chegou pela primeira vez, de maneira forte, em 2012. Difícil. Lembro-me que mais ou menos uma semana antes da partida dela, eu rezei para Deus me dar forças. Para saber como agir. Para não desmoronar. Deu certo. No dia do tchau, eu estava lá, segurando sua mão e entendendo. Não somos apenas um corpo. Temos uma alma. O corpo? Um pedaço de carne, alguns quilos de carne de segunda. Já a alma é uma borboleta. Azul, no caso dela.
Mas, penso na morte da minha mãe. O medo toma conta.
Penso na morte dele. O medo toma conta.
Como viver depois dessas perdas?
Claro, posso partir antes. Egoísmo meu pensar apenas na minha dor, eu sei.
Mas como recuperar um coração dilacerado? Ainda mais o meu, tão frágil, estranho, complicado?
Valter Hugo Mãe, sábio, disse: "com a morte, também o amor devia acabar. acto contínuo, o nosso coração devia esvaziar-se de qualquer sentimento que até ali nutrira pela pessoa que deixou de existir."
Sábio, mas injusto.
Por que apagar o momento que olhamos pela primeira vez para a nossa mãe? Que beijamos seu seio, a procura de alimento? Memórias que não são lembradas, mas estão ali, dentro do nosso ser. Como esquecer o colo, a comida boa, a ajuda, a briga? O cheiro? O cheiro, meu Deus. O que há melhor que um cheiro, que não é apenas um cheiro, mas é um lar?
Por que apagar o momento que olhamos pela primeira vez para ele? Que ele sorri para a gente e pega a nossa mão com timidez? O cheiro, meu Deus, o cheiro. O hálito da manhã saindo pela boca entreaberta minutos antes de acordar? Aquele momento infinito que acordamos antes e ficamos a observar aquele ser do nosso lado, tão amado, e questionamo-nos como paramos ali. Quais foram os erros e acertos que nos levaram até aquele momento que gostaríamos que fosse eterno?
O medo da morte.
O medo de perder o colo, o hálito, o lar.
Como sobreviver sem ar?
Como caminhar sem chão?
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