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Mostrando postagens de agosto, 2017

Medo da morte

Ando pensando na morte. A única certeza. E, paradoxalmente, a maior incerteza. O que é? Para onde? Quando? Como? Difícil responder. Se penso muito, fico triste. Angústia toma conta, coração acelera, desespero sobe à garganta. Difícil de respirar. Dor ao sentir a dor que ainda não chegou. Chegou pela primeira vez, de maneira forte, em 2012. Difícil. Lembro-me que mais ou menos uma semana antes da partida dela, eu rezei para Deus me dar forças. Para saber como agir. Para não desmoronar. Deu certo. No dia do tchau, eu estava lá, segurando sua mão e entendendo. Não somos apenas um corpo. Temos uma alma. O corpo? Um pedaço de carne, alguns quilos de carne de segunda. Já a alma é uma borboleta. Azul, no caso dela. Mas, penso na morte da minha mãe. O medo toma conta. Penso na morte dele. O medo toma conta. Como viver depois dessas perdas? Claro, posso partir antes. Egoísmo meu pensar apenas na minha dor, eu sei. Mas como recuperar um coração dilacerado? Ainda mais o meu, tão frágil,...

A morte do amor

O amor morre quando a gente esquece de amar o outro. De dar bom dia, boa noite e avisar o que almoçou. Quando começa-se a competir em vez de compartilhar. Quando ter razão é mais importante do que ser feliz e fazer as pazes para continuar olhando na mesma direção. O amor morre quando percebe-se que talvez as direções nunca fossem as mesmas. Quando perde-se o cuidado, o abraço e a palavra de carinho. Quando você se sente só e sabe que não adianta chamar, o outro não vai saber o que fazer. O amor acaba quando a gente se deixa vencer e esquece que amar é todo dia, é conquista e que há momentos que se está por cima e há momentos que se está por baixo. Amar é ser e ele acaba quando a gente esquece de quem é e quando o outro não faz nada para tentar nos ajudar a encontrar aquele quase nada que restou da gente. O amor morre devagar, num "de repente" de Vinicius de Moraes que a gente não entende direito. O amor morre. E a pergunta que faço é: dá para salvá-lo?

Coloquei 30 anos numa mala e fui

   Em 2015, eu viraria uma mulher balzaquiana. Apesar de nunca ter lido a obra de Balzac, a vida me informava o que isso significava. Não só a vida, as tias e as pessoas menos contemporâneas também: "então, tu vais casar?", "Tu vais ter filhos?", "Tu já estás com apartamento comprado?".    A minha resposta para essas perguntas e muitas outras era sempre “não”. Geralmente, acompanhado de irritação por tentar me desvencilhar dos olhares julgadores ou apenas bisbilhoteiros e não conseguir.    Acontece que passar para os 30 anos sem nada muito concreto causa uma crise, realmente. As revistas, as listas, as pessoas estão cheias de palavras sobre “o que fazer antes dos 30 anos”, “lugares para conhecer antes dos 30 anos” e blá, blá, blá.    Parecia que se tu não estivesses com "tudo pronto" até os 30 anos, tu não conseguirias mais ter tempo para realizar sonhos, ir atrás de objetivos e ser uma pessoa feliz. Pelo menos nos moldes do que é considerado...