Ando pensando na morte. A única certeza. E, paradoxalmente, a maior incerteza. O que é? Para onde? Quando? Como? Difícil responder. Se penso muito, fico triste. Angústia toma conta, coração acelera, desespero sobe à garganta. Difícil de respirar. Dor ao sentir a dor que ainda não chegou. Chegou pela primeira vez, de maneira forte, em 2012. Difícil. Lembro-me que mais ou menos uma semana antes da partida dela, eu rezei para Deus me dar forças. Para saber como agir. Para não desmoronar. Deu certo. No dia do tchau, eu estava lá, segurando sua mão e entendendo. Não somos apenas um corpo. Temos uma alma. O corpo? Um pedaço de carne, alguns quilos de carne de segunda. Já a alma é uma borboleta. Azul, no caso dela. Mas, penso na morte da minha mãe. O medo toma conta. Penso na morte dele. O medo toma conta. Como viver depois dessas perdas? Claro, posso partir antes. Egoísmo meu pensar apenas na minha dor, eu sei. Mas como recuperar um coração dilacerado? Ainda mais o meu, tão frágil,...